sábado, 6 de outubro de 2007

100 Filmes Essenciais - A lista da Bravo! - 1




Volta e meia sai uma lista com os melhores filmes de todos os tempos. Listas de melhores são sempre polêmicas, seja de filmes ou de quaisquer outras coisas. A revista Bravo! lançou em agosto uma edição especial com os “100 filmes essenciais”. Foi feita a partir de outras listas dos 100 melhores de todos os tempos, de publicações como os Cahiers du Cinéma, o American Film Institute e o jornal New York Times, de modo que não tem grandes novidades. Eu mesmo não concordei com a inclusão (e a exclusão) de vários itens e com a disposição de muitos deles, mas acho um exercício interessante refletir sobre a relação. Dos 100, assisti 72, isto é, 72% das obras, o que não é mal. Vou fazer aqui um breve comentário de cada filme, mas considerando o espaço e a própria natureza do blog, não pretendo fazer “críticas” no sentido próprio do termo, o que pode ser encontrado em outros lugares. Vou dar uma visão pessoal, mais propriamente a primeira que me vier à cabeça, sobre o filme. Ah, sim: e partirei do fim pro começo, isto é do 100º para o 1º. Nesse primeiro post, listarei até o item 71. Ah, sim! Para facilitar o leitura, coloquei os filmes citados dentro dos verbetes em azul, os diretores em verde e os atores e atrizes em vermelho. Vamos lá!

100 – Lavoura Arcaica (2001). Presença nacional na lista. Não vi, mas tem sido muito elogiado. Pretendo ver.
99 – M.A.S.H. (1970). A impressão que tive ao ver foi de que eu estava assistindo um filme envelhecido. Crítica à Guerra do Vietnã, o filme é recheado de piadinhas de médicos mulherengos, que lembram filmes como Porky’s (1981), por exemplo. Custo a crer que seja o melhor de Robert Altman.
98 – Fargo (1996). Impactante, bom roteiro, mas... Dos irmãos Cohen, eu prefiro outros como A Roda da Fortuna (1994), Arizona Nunca Mais (1987), e até o mais recente O Amor Custa Caro (2003). Não é ruim, mas superestimado.
97 – As Invasões Bárbaras (2003). Interessante, mas como não vi o filme do qual esse é uma continuação, O Declínio do Império Americano (1986), sinto que perdi algo.
96 – King Kong (1933). Não vi, nem esse, nem a refilmagem de 1976, com Jessica Lange. Vi a mais recente, de Peter “Senhor dos Anéis” Jackson, mas aí é outra coisa.
95 – Operação França (1971). Gene Hackman é ótimo ator, William Friedkin é bom diretor (O Exorcista, 1974), mas não gosto desse thriller.
94 – Cabaré (1972). Musical bacaninha, sobretudo a parte dos números musicais propriamente dito. Destaque para a canção “Money makes the World Go Around”, com Joel Grey (ótimo, pai de Jennifer Grey, de Dirty Dancing – Ritmo Quente, 1987) e Liza Minelli.
93 – O Pântano (2000). Único filme da lista que eu nunca tinha ouvido falar, e também o único filme argentino, o que creio ser injusto para uma cinematografia rica como a deles. Aliás, a lista está muito pobre de cinema latino-americano, talvez pelo problema da distribuição. Ainda não vi, mas tem em DVD.
92 – Guerra nas Estrelas (1977). Considerado clássico infanto-juvenil, talvez eu tenha visto meio tarde o filme: já tinha mais de 25 anos. Chatéééérrimo!
91 – A Lista de Schindler (1993). Grande filme, o melhor de Spielberg. Ótima sacada a fotografia em preto e branco. Mas não sei é o melhor sobre o Holocausto.
90 – Um Convidado Bem Trapalhão (1968). Superestimado. O melhor é a música-tema de Henry Mancini, uma batidinha típica dos anos 60, com uma inesquecível introdução com cítara indiana.
89 – O Império dos Sentidos (1976). Polêmico, em geral muito bem cotado. A ver.
88 – Dogville (2003). Filmaaaaaço. Na meia hora inicial desanima um pouco, ritmo lento, com seu cenário teatral. Depois, história absorvente. No final, saí impactado!
87 – Sem Destino (1969). Interessante, mas mais como sinal de uma época.
86 – Fantasia (1940). Belo filme, idéia original, show para os sentidos. Mas não é dos meus favoritos.
85 – Ben-Hur (1959). Esse épico tem seus méritos. História forte, mantém o interesse. Bela trilha sonora, o filme tem seus fãs. Mas eu não sou um deles.
84 – Pixote – A Lei do Mais Fraco (1981). História forte, em todos os sentidos, bem ao estilo de Héctor Babenco. Talvez um dos melhores filmes do cinema brasileiro. Se não fosse tão deprimente, seria filme para ver e rever.
83 – Los Angeles – Cidade Proibida (1997). Boa história, bela fotografia, mas estranhei estar entre os 100. Enfim...
82 – Um Cão Andaluz (1928). O único curta da lista. Sem enredo, uma importante experiência estética.
81 – Os Homens Preferem as Loiras (1953). Não vi essa que parece uma daquelas antigas comédias que passavam na "Sessão da Tarde" (e deve ter passado mesmo). Único Howard Hawks da lista, o que é estranho. Onde estão o noir A Beira do Abismo (1946), o empolgante drama de guerra Sargento York (1941) e comédia bacaninha Levada da Breca (1938)? E os westerns, marca registrada de Hawks? Mas, como não vi esse item 81, calo-me!
80 – Cidade de Deus (2002). Grande filme. Pesado. Grandes atuações. Montagem sensacional. Merece com certeza estar entre os 100.
79 – Quanto Mais Quente Melhor (1956). Tido em geral como a melhor comédia de Billy Wilder, acho só razoável. Prefiro Se Meu Apartamento Falasse (1960) ou Irma La Douce (1963), só pra ficar na veia cômica.
78 – Brazil – O Filme (1985). Não costuma freqüentar as listas dos 100 melhores, o que acho uma injustiça. Cenário retro-futurista maravilhoso, fantástico. Talvez o melhor filme de Terry Gilliam (de As Aventuras do Barão de Münchhausen -1989 – e Os Doze Macacos -1995), o criativo desenhista do Monty Python.
77 – Kaos (1984). Não vi. Dos irmãos Taviani, vi apenas Bom Dia, Babilônia (1987), que é cosi, cosi; e A Noite de São Lourenço (1982) que é, putz, muito cansativo (apedrejem-me, cinéfilos!).
76 – Hiroshima, Meu Amor (1959). Filme denso, cansativo. Mas talvez mereça estar entre os 100. Do mesmo Alain Resnais, pretendo ver O Ano Passado em Marienbad (1961), conceituado.
75 – Amor à Flor da Pele (2000). Não vi. Único filme chinês da lista.
74 – Um Estranho no Ninho (1975). Jack Nicholson, como sempre, está ótimo. Belo filme de um bom diretor, o tcheco Milos Forman. Dele também são os bons Na Época do Ragtime (1981), O Mundo de Andy (1999) e O Povo Contra Larry Flint (1996).
73 – Um Lugar ao Sol (1951). Com Elizabeth Taylor no auge da beleza. Ainda não vi, o que para muitos cinéfilos é um pecado. Mas não me lembro desse filme ter saído em vídeo, e ainda não existe tem em DVD. Enfim, sem solução, por enquanto.
72 – Tudo Sobre Minha Mãe (1999). Curioso que antes eu não gostava do Almodóvar. Bom, vi Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988), e não gostei. Detalhe: na época, eu tinha 15 anos. De fato, não é uma idade em que se possa apreciar o estilo do diretor espanhol. Gostei muito de Carne Trêmula (1997) e Volver (2006), mas este, o item 72 da nossa lista, não vi.
71 – Patton – Rebelde ou Herói? (1969). Sensacional interpretação de George C. Scott no papel-título, que mais tarde também brilharia como protagonista no telefilme Mussolini – A História Não Contada (1985). Com roteiro de Francis Ford Coppola, é um bom filme.




Continua...

9 comentários:

Grandeirmão disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Grandeirmão disse...

Estou esperando pelo resto da lista... Mas tenho que dizer uma coisa:

"Zero hora no cronometro integral..."
KKKKKKKKKKk

Anauê!
Feliz 7 de outubro!
Não se esqueça de mandar o telegrama pra Chefia Nacional avisando dos Tambores Silenciosos!

Unknown disse...

Essas listas são absurdas. Quais seriam os critérios para a inclusão de "Lavoura Arcaica"(?) ou a inclusão parelha de "As Invasões Bárbaras" e "King Kong", lado a lado?
Nada a ver filme com filme. Os puristas
esteticistas da arte cinematográfica devem sentir-se escandalizados ao verificar que "Um Cão Andaluz" está em 82. lugar, atrás de produções hollywoodianas caça-níqueis de mero entretenimento...
No meu modo de entender, somente poderiam constar em qualquer lista de melhores filmes, aqueles filmes que são vistos e revistos, verdadeiramente cultuados por cinéfilos de qualquer tribo, inteligência, nível cultural, permeabilidade, idiossincrasia...
Duvido que muitos desses filmes incluídos na lista sejam revistos e revistos e revistos... cultuados, enfim. Duvido que haja algum persistente tipo de "culto" a "Invasões Bárbaras" ou "Kaos". Alguns cinéfilos pedantes metidos a intelectuais sentem-se bem ao mencioná-los, mas duvido que tenham saco de ver esses filmes mais dez vezes.
Orson Welles reviu "Stagecoach" mais de 50 vezes. Osamu Tezuka reviu "Bambi" mais de 50 vezes.
Creio que filmes como "Gone With The Wind..." e "The Sound of Music" deveriam constar de todas as listas... a menos que tais listas fossem elitistas, o que não parece ser bem o caso dessa confusa lista da Bravo! (lista muito desajeitada, porque inclui filmes medíocres e esquece obras-primas, mas também se submete servilmente aos elitismos intelectualóides supermanjados)...
Convenhamos: a inclusão de "Os Homens Preferem as Loiras" é o cúmulo da desorientação. O filme nem é amado pelo grande público, nem muitíssimo menos preenche requisitos artísticos. Howard Hawks fez filmes bem melhores.
Se alguns cineastas são considerados gênios, e seus filmes invariavelmente comparecem nessas listas sempre nos primeiros lugares, então por que somente um ou dois filmes desses diretores-gênios são mencionados? Certamente Orson Welles ou Sergei Eisenstein, por exemplo, realizaram muitos outros filmes brilhantes, que deveriam ser incluídos nas listas, partindo-se do mesmo princípio que consagrou a inclusão de "Citizen Kane" ou "Potemkin" nos primeiros lugares. Que dizer das ausências de muitos filmes dos mais badalados cineastas, como Buñuel, Bergman, Fellini, Kurosawa etc. etc.? E como explicar a ausência de tantos filmes europeus instigantes, ou até mesmo dos clássicos norte-americanos, a não ser pela evidente ignorância dos selecionadores?

EMEF CARLOS CORREA MASCARO disse...

Olá Renato!

Parabéns por seu espaço de reflexões e discussões!
Há uma enorme carência de discussões mais verticais no tange a cultura
atualmente e o espaço que você propõe contempla essa demanda.
Com relação às famosas ‘Listas’... contrariando um pouco o exposto aqui tenho
que confessar que as ADORO! Independente de concordar com o ranking proposto ou não.
Gosto pelo simples fato de que estas listas criam algum tipo de referencial e isso gera comparações pessoais,(algumas que mexem com nossa vaidade, do tipo ‘Já vi todos ‘Conheço a maioria’ou considerações como : ‘Preciso me atualizar’), discussões coletivas como fazemos agora e não sem razão ocasionam também, reflexões que caminham para uma composição interna da ‘nossa Lista.’
Fico imaginando que critérios foram usados para que num universo super diversificado, façam-se escolhas em detrimentos de outras ,sejam em filmes, contos, poemas ou eventos marcantes...Isso também me faz lembrar que adoro aquelas retrospectivas de final de ano, talvez pelo mesmo motivo: pensar que critérios foram usados para destacar os eventos a serem lembrados; que já são História...ainda que discutível seja o viés político e ético envolvido nos fatos selecionados.
Uma lista de filmes, por exemplo, estabeleceu critérios de público?, inovações técnicas?, trilha sonora?, contexto histórico?, edição inovadora?, apelo social ? É muito louco tentar fazer a viagem de quem faz essas “Lista dos Mais Mais” Enfim, um motivo básico me leva apreciá-las : a enormidade de reflexões que despertam.

Bjks!
Gra

Unknown disse...

Negócio é o seguinte: acho que VOCÊ, Renato, deveria fazer a SUA LISTA!

Problema de quem não concordar com os seus critérios. Até acho que todos devem mesmo discordar, porque isso significaria que as pessoas estariam dando vazão absolutamente honesta às suas próprias idiossincrasias, isentas de influências e condicionamentos.

Você acha, mesmo, que todo mundo curte assistir mais uma vez a Cidadão Kane? Ou que topariam ver esse filme umas dez vezes? Então é claro que, se votam nesse filme, é porque são incapazes de dar voto honesto, de exporem-se a si mesmos, francamente, destacando todos os "filmes ruins" que realmente preferem ver.

Eu gosto de muito filme considerado medíocre. Alguns eu considero subestimados, injustiçados. Outros eu francamente penso que são pouco brilhantes mesmo, mas atendem a alguns aspectos da minha idiossincrasia, e pronto.

Cá pra nós, filme que atende à MINHA IDIOSSINCRASIA só tem de ser mesmo genial...

Conversas com Clio disse...

Gra

Concordo com vc, essas listas, por mais que discordemos delas, são muito estimulantes. Uma prova disso é esse meu post: é muito gostoso vc ficar repassando seu conhecimento sobre dado assunto, passando o olho e refletindo sobre os itens de uma lista. Valeu, bjs!

Conversas com Clio disse...

Roberto

Concordo em parte com vc. Mas como a Gracinda falou, por pior que sejam, as listas são estimulantes. Até para fazer a nossa! O que pretendo fazer em breve!

Unknown disse...

Ah, Renato! Acho "Um Convidado Bem Trapalhão" fantástico! Assisti quando era criança e a cena do jantar com o Peter Sellers sentado naquele banquinho patético nunca saiu da minha memória! Semana passada assisti novamente e nem me lembrava que esse era o nome do filme... pra mim era e sempre será "O filme do banquinho"! Quanto aos outros da lista... não vi nem metade... que vergonha!!!!!

Gislaine Munhoz disse...

teste